Este foi o texto que escrevi em meu nome e de minhas irmãs, para ser publicado em homenagem ao meu pai em uma revista da cidade em uma matéria de Dia dos Pais:
Poderíamos enxergar a morte de nosso pai como uma separação dolorosa daquele que amávamos, mas isto seria diminuir o que vivemos. Não faltou nada. Cada instante foi pleno e inteiro. Um homem como ele merecia viver mil anos, entretanto um único dia do seu amor e da sua sabedoria já seria suficiente para preencher nossa vida toda. Fomos preenchidas pelo seu sorriso, pelo afago de sua mão, pelas palavras sempre certas que povoavam nossos silêncios mais tristes, pelo olhar que revelava uma alma muito terna e muito antiga, conhecedora de todas nossas vontades e de todos nossos medos... Fomos surpreendidas com a delicadeza romântica com que homenageava nossa mãe em cada oportunidade que tinha, para nos ensinar que o amor precisa, e deve, ser expressado, para que não seja desperdiçado na passagem das horas. Contou-nos seus segredos para nos ensinar que os homens também têm fraquezas. Mesmo nosso maior herói não era perfeito, isso fazia parte da generosidade dele em nos permitir não nos envergonhar por nossos defeitos, mas reconhecê-los até para poder mudar. Acreditou intimamente na nossa genialidade escondida mesmo quando estava distante de se concretizar e sua confiança velada foi sempre combustível para nos fazer crescer. Valorizou cada conversa, cada almoço de família, para que soubéssemos que aqueles momentos não voltam, portanto é preciso mantê-los vivos no sentimento. Falou-nos dos sonhos mais altos que se posicionam sempre ao alcance das mãos mais corajosas e de maior fé. Rompeu nossas crenças nas pequenezas mundanas que só enfraquecem o espírito humano para que mirássemos nossos olhos e anseios nas estrelas. O seu amor e respeito pela vida era tão grande que superou todas as expectativas da medicina. Hoje o temos como referência. Quando rimos, é ele a nossa alegria, quando sonhamos, é ele o nosso pensamento, quando vencemos, é ele a nossa força, cada vez que existimos na vida é ele o nosso pai. Para sempre presente em tudo que somos.
Aline, Andreza e Adelita Ahmad
3 comentários:
Realmente, Seu Nahim era assim, estar em sua presença era sempre gratificante, confortável, tanto que eu até abusava. Longe do meu lar, fiz do seu o nosso e passei horas mais que agradáveis com vcs. Seu pai sempre tinha alguma coisa interessante para contar, ou alguma ideia agradável para alegrar e movimentar nossas tardes. Generoso, cheio de vida, interessante, interessado, amigo, sério e brincalhão. Sinto-me privilegiada de ter não apenas conhecido, mas convivido com ele.
Bj.
Dani
Dani, querida, muito obrigada por seu depoimento!
Beijos de luz em seu coração,
Aline***
Aline o texto é lindo...
E pode ser compreendido não só por aqueles que perderam o bem precioso chamado pai, mais tb para aqueles que o tem ao lado e muitas vezes não desfruta de sua presença, de seus carinhos...
Seu Nahim foi um grande homem e tenho certeza que um grande pai, pois deixou para nós seus melhores frutos, suas filhas e sua linda familia...
Paula Neves.
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