Uma única imagem atingiu meu olho
Era um sorriso
Era também um tiro
Era tão violento
Que pegou em cheio
Como seta bem no meio
Atingiu profundo o meu coração.
Naquele dia,
De um passado já distante
Roubou-me a alegria
E a esperança que eu guardava antes
Agora a alegria era só dele, só para ele,
E a esperança nem mais existia
O que ela esperava naquele "agora" acontecia
E mesmo tendo se preparado tanto
Nem mover-se conseguia
O controle dela fugia
Era a paixão chegando
Enquanto ele sorria...
Por dentro eu não entendia:
"Como é que podia?"
Sentimento assim devia acontecer
Só em duas vias
Pra não fazer sofrer.
Era assim que eu tinha sonhado
O sentimento como seta
Acertando os dois lados.
Nem imaginava tanto atraso...
O amor devia ser sempre assim
Crescendo em dois tempos
Conjuntos e compassados
Como música
Sem instrumentos desafinados.
O amor devia vir sem ferimento
Sem lamento
Sem dor
Devia vir só sorriso
Sem sofrimento,
Só amor...
Quem sabe no amanhã do amor
Que a gente nunca sabe qual é o dia
Pode ter sido ontem, daqui uma semana
Ou anos adiante...
Quem sabe no amanhecer deste futuro instante
Enfim se conceba a coincidência gestante
De que no olho atingido por um sorriso
Caiba a promessa que a boca não disse
Que era um convite ao acalento
Assim, que o outro olho também seja atingido
Os dois. Exatamente. No mesmo momento.
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