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23 de dez. de 2008

Mensagem de Natal

E-mail que enviei aos amigos queridos e que também dedico a você que lê este blog:

Amigos amados,

Papai Noel foi muito generoso para mim, não é de hoje.
E olha que não falo dos bens materiais,
Mas justamente das coisas que o dinheiro não compra:
Amor, carinho, família, calor humano, alma, coração.
E olha que esse último me deu logo um bem grande,
Para caber você dentro,
Ao lado de tudo que amo,
De tudo que gosto,
De tudo que guardo.
E é porque você mora dentro que está lendo essas palavras...

Feliz Natal!!

Aline Ahmad***
www.beijosdeluz.blogspot.com

Agora dedico ao nosso elo esse poema da Elisa Lucinda, fresquinho, escrito para este natal. Embora seja longo, vale cada palavra:

ASSIM CANTA MEU GALO



Daquele natal lá de casa da minha infância,

guardo o batimento cardíaco daquela véspera.

A surpresa dos presentes sobre os sapatinhos,

o cheiro de plástico novo que vinha da carne cheirosa e macia das bonecas novas,

a alegria dos meus irmãos,

guardo o meu pai pintando a casa nas anti-vésperas

que moram nos começos de dezembro,

guardo o peru gostoso com farofa

e todo o teatro da tragédia que antecedia sua morte para a nossa ceia.

(Sou da horda dos humanos que comemoram assim essa passagem),

por isso vos falo:

Guardo a certeza do vestido novo

e uma música que castigava muito meu coração,

a ponto de eu chorar, como até hoje o faz:

“Eu pensei que todo o mundo fosse filho de Papai Noel..

Papai Noel, vê se você tem a felicidade pra você me dá?”

Abria logo meu brinquedo de chorar.

Essa música toca na praça pública da infância, da minha vida,

num alto falante que até hoje me leva a ponto de soluçar.

Sei lá.

Parecia que nessa hora o mundo todo ficava pensando que era bom.

E o mundo ficava mesmo bom.

Parece, até hoje!

Mesmo sabendo que se aproveita do sonho de ser bom,

de fazer o bem, de caprichar considerando a existência do outro,

se aproveita disso para se fazer comercial.

A cegueira do dinheiro.

A cegueira mais banal.

Enfraquece o movimento.

Meu sentimento é de que muitos, muitos natais moram em mim.

Penso que foi uma aula de esperança que eu recebi.

Como na minha infância ser pobre não era ser miserável,

no Brasil capixaba que me cabia,

eu pensava que quando ouvia aquela canção

”Eu pensei que todo o mundo fosse filho de Papai Noel”,

me fazia crer que ele era uma espécie de Deus da justiça

e certamente daria brinquedos para as crianças pobres também.

E era verdade.

Nas casas pobres da minha cidade,

também tinha o retrato da alegria no quintal ou no terreiro em frente a casa.

Eu via meninos e meninas pobrezinhos,

com a renda bem distribuidinha em forma de brinquedos mais simples,

mais baratinhos e por isso mesmo,

mais brinquedo assim.

Natal pode ser aula de solidariedade da vida então!

Que coraçãozinho de criança iria acreditar que não?

Quem que iria supor que a injustiça golpeasse ainda tanto?

Posto isto, fora as severas palmadas de minha avó,

poucas vezes me encontrei com a tristeza quando eu era criança.

Poucas vezes me encontrei com um pouco da estupidez

que minha ingenuidade sabia sobre o mundo

e um pouco da brutalidade desse mesmo mundo.

Achava que existia algum horror,

mas nunca a ponto do mal poder vencer a batalha.

Por isso cresci fabricante de sonho e querendo aprender a produzir a paz.

(Sou da horda dos humanos que acha que pode mudar o jogo).

Como sou errante,

guardo essa sensação reluzente

de pisca-pisca na árvore agradando a memória.

Guardo essa glória - o bordado em ponto-cheio e ponto- atrás,

tramado ao jardim da toalha.

Dessa data guardo esse desejo de alegria,

de agasalho, de fartura em todas as mesas do mundo.

E guardo essa madrugada para o dia principal, ardendo no meu peito!

E é desse jeito.

Ainda dá pra salvar o mundo.

Todo o homem, em qualquer tempo, pode estar a ponto de renascer!

Tudo pode ser sonhado antes de acontecer.

Já passa de 2000, quase 2010, você não vê?

Canta, meu galo, canta,

palavras existem para esclarecer!

Agora, dentro do batimento cardíaco desta véspera,

mas na madrugada daquela hora,

vontade me dá que se receitasse versos para o mundo tomar,

o mundo é um menino que nos escreve uma carta,

pedindo para a gente dele cuidar.

Ainda hoje, quando faço isso que acabo de escrever,

me sinto eu papel Noel sobre o telhado,

portando esse poema para você e tendo que chegar com ele vivo às tuas mãos,

antes do amanhecer.



(Elisa Lucinda - Natal de 2008)

16 de dez. de 2008

Recomeço

Alguma coisa mudou por dentro.
Está mudando ainda. Mudanças não são fáceis, simples, nem curtas.
Enquanto tudo se reestrutura há a aprendizagem de voltar a escrever as mesmas palavras sob uma outra ótica. Os olhos são os mesmos e, ainda assim, a visão é outra.
Já não sei olhar mais como antes.
Já não sei ser mais como antes.
Toda mudança é recomeço.
Eu recomeço. E recomeçar é deixar para trás coisas que ainda fazem falta. Faz-se presente uma tenra vontade de ficar, um impulso irracional de acomodação. Talvez não seja impulso, mas vício, porque é da natureza humana o pulsar da vida: o começo, o fim e o recomeço.

15 de dez. de 2008

11 de dez. de 2008

Steve Jobs

Assisti esse discurso de Steve Jobs há alguns meses. Acho até que comentei aqui. Como hoje recebi-o de novo por e-mail vale ver novamente:

9 de dez. de 2008

Semelhança

Tenho recebido lindos comentários para alegrar meus dias. Quero responder com calma e inclusive publicar algumas palavras tão ternas que chegam ao meu alcance.

Há uma singela magia, atravessando o tempo e a distância, em forma de palavra. Na escrita e leitura que nos une encontramos no outro o "eu" oculto. O "eu" semelhante.

A poetisa de quem sou fã e aluna, Elisa Lucinda, escreveu:

O Poema do Semelhante

O Deus da parecença
que nos costura em igualdade
que nos papel-carboniza
em sentimento
que nos pluraliza
que nos banaliza
por baixo e por dentro,
foi este Deus que deu
destino aos meus versos,

Foi Ele quem arrancou deles
a roupa de indivíduo
e deu-lhes outra de indivíduo
ainda maior, embora mais justa.


Me assusta e acalma
ser portadora de várias almas
de um só som comum eco
ser reverberante
espelho, semelhante
ser a boca
ser a dona da palavra sem dono
de tanto dono que tem.


Esse Deus sabe que alguém é apenas
o singular da palavra multidão
É mundão
todo mundo beija
todo mundo almeja
todo mundo deseja
todo mundo chora
alguns por dentro
alguns por fora
alguém sempre chega
alguém sempre demora.


O Deus que cuida do
não-desperdício dos poetas
deu-me essa festa
de similitude
bateu-me no peito do meu amigo
encostou-me a ele
em atitude de verso beijo e umbigos,
extirpou de mim o exclusivo:
a solidão da bravura
a solidão do medo
a solidão da usura
a solidão da coragem
a solidão da bobagem
a solidão da virtude
a solidão da viagem
a solidão do erro
a solidão do sexo
a solidão do zelo
a solidão do nexo.


O Deus soprador de carmas
deu de eu ser parecida
Aparecida
santa
puta
criança
deu de me fazer
diferente
pra que eu provasse
da alegria
de ser igual a toda gente


Esse Deus deu coletivo
ao meu particular
sem eu nem reclamar
Foi Ele, o Deus da par-essência
O Deus da essência par.


Não fosse a inteligência
da semelhança
seria só o meu amor
seria só a minha dor
bobinha e sem bonança
seria sozinha minha esperança"

1 de dez. de 2008

Patch Adams




Deve fazer mais de um ano que trocando de canal me deparei com a entrevista de Patch Adams no programa Roda Viva, da TV Cultura. A entrevista foi reprisada na mesma semana e mais uma vez por coincidência pude assisti-la. Tenho dificuldade em expressar em minhas palavras o que as dele fizeram comigo. A mensagem de Patch Adams e muito mais forte e transcende o filme de Hollywood "Amar é contagioso", inspirado em sua vida.

Desde então comprei o livro dele, passei a participar de comunidades no orkut e acabei conhecendo virtualmente um jovem estudante de medicina que foi um dos responsáveis pela vinda de Patch ao Brasil, naquela ocasião. Esses dias comuniquei-me novamente por scrap e ele me passou as novas datas das palestras em 2009, que são 5 e 6 de maio em São Paulo. Mais detalhes no site CoPatch
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