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19 de ago. de 2010

Memórias especiais

Algumas coisas são especiais e merecem ficar registradas.
Ontem, meu advogado, Moacir Mesquita almoçou em minha casa. Ele, que é conhecido por muitos como louco e excêntrico, é na verdade uma pessoa muita culta, reflexiva e sensível, admirador da arte e do ser humano. Como me disse ontem:

"O ser humano é o maior espetáculo da vida".

Muitas vezes quando converso com ele sinto vontade de gravar o que ele diz, ou ao menos anotar, para eternizar as palavras.

Depois do almoço segui para reuniões e para resolver outros problemas, quando fui interrompida por um aluno do colégio onde trabalho que queria fazer uma breve entrevista comigo para um trabalho escolar. Primeiramente fiquei preocupada com o tempo que isto poderia me tomar, mas não quis decepcionar o adolescente, cujo rosto não tinha visto ainda, quando liberei para que entrasse na minha sala. Carlos está cursando o sétimo ano, tem o rosto alegre, adornado por duas covinhas, uma de cada lado da face, e que sorriem com ele quando ele sorri. Só de vê-lo já me despertou uma coisa boa e uma vontade de abraçá-lo de tão adorável. Ele pediu a um amigo que filmasse a "entrevista" com o celular para que pudesse redigir depois, poupando meu tempo. Fez umas cinco perguntas e me agradeceu por atendê-lo. Eu quis ter uma idéia de como tinha ficado o vídeo e pedi que me enviasse por e-mail. Ele sorriu e me falou:

- Sabe por que eu gosto de você?

Quase não me contive ao ouví-lo fazendo a pergunta e fui me enchendo de alegria conforme ele continuou me contando.

- Lembro-me de você desde que estava no primeiro ano e sempre visitava a minha sala ensinando frases em inglês e contando histórias.

Puxei na memória e me lembrei que naquela época tinha mesmo o costume de visitar as salas de aula das crianças aproveitando para ensinar alguma coisa nos instantes em que interrompia a aula. Nem podia imaginar que para ele estes momentos tinham ficado ainda mais marcados que para mim. Ele ainda completou:

- É por isso que gosto de você!

Fiquei feliz demais por tê-lo atendido e quando me despedi pensei: "Preciso voltar a visitar as salas mais frequentemente, para ter alegrias como esta"...

5 de ago. de 2010

O circo da felicidade

Para completar o texto que acabei de escrever sobre felicidade, e que está logo abaixo, quero acrescentar algo que ouvi uma vez em uma palestra do Contardo Calligaris. Não me lembro extamente se era um paciente dele ou se alguém que ele conhecia, mas era uma pessoa que tomava remédio contra depressão e que, um dia, por deicsão própria quis viver a vida da forma que a vida fosse. Até porque não é só a felicidade que faz parte da vida. A vida é tão rica e nos cabe vive-la toda. Existe uma idealização da felicidade, que além de ser quase inalcançável na sua forma plena, pode não ser racionalmente indesejável. A felicidade plena pode ser chata.

Em um momento em que a mídia e a sociedade valorizam a felicidade, ser infeliz parece ser o mesmo que não pertencer a um grupo. À infelicidade se reserva, socialmente, a mazela da solidão. Até porque hoje em dia ninguém quer ser companhia de gente infeliz. Por isso as amizades acabam sendo superficiais, relacionamentos de mentira. É preciso ser simpático, agradável e não ter sentimentos para ter amigos.

Neste cenário terrível, a internet, tão vista como o paraíso das inverdades, é o paraíso das transparências, onde mais do que ocultar desadequações físicas, as pessoas podem desabafar o que anda tão reprimido, aquilo que realmente são.

4 de ago. de 2010

Felicidade

Felicidade não parece ser o bem mais disponível do mundo. Às vezes parece muito difícil ser feliz. Não há um caminho certo, uma rota, ou uma receita. E, por um lado, que bom que não há. Talvez seja o segredo, ou o mistério, que faz a felicidade ser mais almejada.

É estranho que poucas pessoas tem a sensação de que a felicidade depende muito mais de escolhas pessoais e de uma atitude em relação ao mundo, sendo, portanto, uma ação, e não uma reação. Para muita gente que conheço a felicidade é uma consequência de acontecimentos mundanos alheios à vontade humana.

Mesmo aceitando racionalmente a idéia de que a felicidade está dentro e não fora continua sendo complicado transformar isso que se sabe em um hábito natural. A verdade é que ninguém pode ser feliz se não se dispuser a isso, e que muita gente que deposita a felicidade fora de si, em um bem material, por exemplo, ou em um desejo, algo como "se eu conseguir tal coisa ou tal pessoa eu vou ser feliz" acaba encontrando a mesma situação de sempre. No máximo pode ter uma alegria momentânea. Porque por mais que o mundo mude, se a gente continua igual é como se não tivesse mudado nada.

Sentimos juntos

As mensagens chegam rápido.
É só teclar.
Mas não se sente mais o perfume do papel,
E nem se ouve o virar da página.
São nas palavras soltas
Que posso sentir o que sente
E você sentir o que sinto.
Sentimos juntos.

3 de ago. de 2010

Emoções

Emoções são o cristal da vida. Podem até quebrar, mas brilham.

Nãoé sempre que podemos transmitir, especialmente pela internet.

Muitas vezes gostaria de expor meu sorriso, ou até mesmo uma lágrima, para expressar um sentimento escondido que com palavra não se escreve e um e-mail só reprime.

Uso o recurso de escrever como eu sinto. Eu sinto muito. Por isso escrevo muito. Na quantidade do que escrevo eu teço a qualidade do que sinto.

São belos os tecidos que me vestem por dentro.
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