Se esta é a sua primeira vez neste blog leia na coluna da direita as instruções!

24 de abr. de 2010

Como pedras...

Amo você como duas pedras que se encaixam sem nunca terem vivido próximas,
Amo pelas rachaduras que marcaram as pedras
E por onde a mesma água pode banhar ambas superfícies
Escorrendo de uma pedra para outra.
Pela água que tocou outra pedra sente-se a pele amada,
Temperatura, densidade, doçura...
Amo você como uma pedra que bebe sua água e sente você inteiro.
São pelas rusgas que é possível penetrar o âmago da pedra com o líquido quente
Que liga o meu âmago ao seu.

Se eu fosse perfeita, lisa, sem sofrimento, marca ou ferida
Em mim nada penetraria, e nem eu em você.

Rachaduras, como furos secretos,
Como amantes discretos
Como ferimentos abertos
Que só a água do amor pode preencher.

Leito dos meus lábios

Sim, eu respeito você
Respeito porque sua boca é o leito
Dos meus lábios
Porque nela eles dormem como crianças nuas
Porque por ela se enamoram e se sentem suas

As crianças que são meu lábios
Amam adormecer em sua boca
Porque adormecem
E acordam loucas

E depois esquecem do sonho que tiveram
Mas mesmo assim passam o dia roucas
Do amor que sentem
Pela sua boca.

Vigorosa

Vigora em mim aquela que escreve
Sobre um papel em branco, sobre uma tela em cor
Vigora a que doa em palavras, dizeres,
Que, ainda que digam sobre o mundo, expressam mais sobre ela mesma
Vigora aquela que se esgota em buscar-se
Que se machuca em pensar no que ainda nem existe
Vigora em mim a vigorosa que não há
E que somente vive porque dela digo enquanto escrevo.

Doação

Eu tenho ânsia de compartilhar minha vida em palavras e pedacinhos que só se fazem vivos quando os digo...

14 de abr. de 2010

Sob o céu da Índia um deserto e muitos sorrisos

Meu namorado, Paulo Campregher, voltou de uma viagem pela Índia. O relato completo está no blog Sob o céu da Índia (inclusive o post final que, para mim, é emocionante), mas aqui tem esse vídeo que ele editou com trechos de gravações que contam um pouco da história que ele viveu:

9 de abr. de 2010

Performances Idênticas

Há algumas semanas os jornais noticiaram o lançamento de um livro da autora Paula Parisot por conta de uma performance em que ela permaneceu na livraria em um cubo de vidro por 8 dias. Tudo bem, só que achei inúmeras semelhanças com a performance apresentada por minha irmã, Adelita Ahmad (atriz e artista plástica) duas vezes anos antes. Uma das vezes na FAAP e outra na Galeria Vermelho, em São Paulo, durante uma Mostra Internacional de Performances:

Semelhanças:
Ambas vestidas de branco, cenário branco, cubo de vidro, sem comunicação, ficaram dias "em exposição", a comunicação acontecia só pelo olhar, cada uma anotou suas impressões durante a performance.

Aqui matéria sobre a pessoa que fez performance idêntica a da minha irmã. Será coincidência?

7 de abr. de 2010

Tenho recebido lindos comentários no blog que ainda não pude responder... Tenho me cobrado escrever mais (mesmo quando me falta tempo) porque sou muito grata aos olhos sempre imaculados que lêem minhas palavras e escutam minha voz, ainda que silenciosa.
Neste momento escrevo da fila do banco e reflito nesta metáfora da vida. A fila (e a vida) passa mais rápido para os mais velhos.
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