Ele estava deitado com os olhos atentos no livro. Horas depois estaríamos casados e talvez devêssemos nos preservar, cada um em seu recinto, para mantermos a surpresa. Mas estávamos apaixonados e com saudade, mesmo próximos. É verdade que `as vezes a paixão se alimenta da distância. No nosso caso ela se alimentava de uma saudade presente até mesmo quando estávamos juntos.
Ele me viu, e de seus olhos faíscavam sonhos. Seu sorriso rompia o silêncio e o medo de que algo não desse certo. Não a nossa vida que, mesmo pequena ainda, já brilhava tanto e iluminava o futuro, mas o nosso casamento. Era a primeira vez que nos casávamos - e se tudo der certo, que seja a última - estávamos tensos com todas as pessoas que iriam chegar, com os preparativos, com a festa, e em meio aos pensamentos que aterrissavam a cada instante houve um momento para o nosso olhar. Um olhar que magnetizou nossos corpos. Eu me deitei ao lado dele e perguntei de que tratava o livro. Então conversamos como se o tempo não existisse. Conversamos como fazemos muitas vezes, de forma simples e espontânea e eu me dei conta de que passaria a vida toda ouvindo-o falar, sorrir ou silenciar. Talvez este seja o momento do meu casamento em que estive mais inteira.
Um comentário:
Lindo... querida como sempre! Estava com saudade!
Beijos cheio de felicidade para você!
Claudia
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