O que foi é página virada que quando ressurge é lembrança.
O que virá é página em branco que espera por ser escrita.
O agora é o vácuo da linguagem, o silêncio da atitude,
O agora está preenchido de vida.
De novos desejos vive o instante.
Feliz Ano Novo!
Se esta é a sua primeira vez neste blog leia na coluna da direita as instruções!
31 de dez. de 2009
30 de dez. de 2009
Quando leio, outro texto se escreve em mim
Quando leio, outro texto se escreve em mim, cuja as palavras me dizem coisas que antes eu não conhecia o desejo de dize-las.
Quando leio, outra história se conta em mim. A minha própria. Cujo teor antes se escondia.
Como fugir do que eu mesma quero me dizer, sem saber?
Quando leio, despertam no pensamento palavras que dormiam, adormecidas ficam enquanto não as escrevo. Não mortas, somente dormem esperando nova leitura que as permita dançar ao som de outras uniões de letras. Outros sentidos as fazem viver. Ainda que não tenham sentido algum são minhas. Cada palavra que escrevo também eu as sou. Inclusive estas.
Quando leio, outra história se conta em mim. A minha própria. Cujo teor antes se escondia.
Como fugir do que eu mesma quero me dizer, sem saber?
Quando leio, despertam no pensamento palavras que dormiam, adormecidas ficam enquanto não as escrevo. Não mortas, somente dormem esperando nova leitura que as permita dançar ao som de outras uniões de letras. Outros sentidos as fazem viver. Ainda que não tenham sentido algum são minhas. Cada palavra que escrevo também eu as sou. Inclusive estas.
Ansiedade de escrever
Sinto imensa ansiedade de me comunicar.
Minha voz interna nunca se cala e quando silencia,
Ainda assim quer falar.
Quero dizer coisas
Das quais um dia pretendo me orgulhar.
Pretendo escrever.
Pretendo ver...
Além do visto, além do lido.
Até não poder mais escrever.
Minha voz interna nunca se cala e quando silencia,
Ainda assim quer falar.
Quero dizer coisas
Das quais um dia pretendo me orgulhar.
Pretendo escrever.
Pretendo ver...
Além do visto, além do lido.
Até não poder mais escrever.
28 de dez. de 2009
As manhãs
Ele sempre gostava de nos acordar cedo, mesmo aos finais de semana. Eu e minhas irmãs ouvíamos sua voz anunciando o café-da-manhã que sempre trazia alguma novidade especial no sábado ou no domingo. Ou comprava pães de queijo, ou sonhos, e com sua alegria nos fazia levantar da cama para estarmos ao seu lado na mesa. Dizia:
- Pão quentinho, croissant de queijo, torta de frango...
Ele sempre descobria o que mais apetecia nosso paladar para tirar até o sono. Mal sabia que levantávamos mais para não perder um único minuto de sua companhia. Mesmo quando eu dormia tarde me assombrava a idéia de que o sono me privaria de viver bons momentos com ele e com a família. Valia a pena acordar mais cedo, cansada. Hoje é muito bom lembrar que vivi tudo isso com ele, por ele e por mim.
E eu continuo com a mesma mania. Se alguém que amo estiver acordado eu me esforço para não dormir. Não quero perder nem um instante ao lado da pessoa amada. Sempre parece que algo de especial pode acontecer quando eu estiver dormindo. Não gosto de perder nada! Quero vivenciar a vida de olhos e coração bem abertos e atentos.
- Pão quentinho, croissant de queijo, torta de frango...
Ele sempre descobria o que mais apetecia nosso paladar para tirar até o sono. Mal sabia que levantávamos mais para não perder um único minuto de sua companhia. Mesmo quando eu dormia tarde me assombrava a idéia de que o sono me privaria de viver bons momentos com ele e com a família. Valia a pena acordar mais cedo, cansada. Hoje é muito bom lembrar que vivi tudo isso com ele, por ele e por mim.
E eu continuo com a mesma mania. Se alguém que amo estiver acordado eu me esforço para não dormir. Não quero perder nem um instante ao lado da pessoa amada. Sempre parece que algo de especial pode acontecer quando eu estiver dormindo. Não gosto de perder nada! Quero vivenciar a vida de olhos e coração bem abertos e atentos.
24 de dez. de 2009
23 de dez. de 2009
Amor maior que a dor
Diante do falecimento do meu pai tenho sentido muito mais amor que dor.
Refletindo sobre isso pensei na seguinte provocacao, que vale para as ausencias fisicas de qualquer natureza:
"Se causa muita dor, desconfie do tamanho do seu amor".
O amor liberta. O amor e' a liberdade cuja a ausencia se mantem presa na gente.
Esse foi o aprendizado da ausencia dele. O meu amor o deixa livre para que viva, ate' mesmo a morte. E essa liberdade de que goza meu pai, que tanto amo, faz com que a ausencia dele seja uma presenca. Ele esta comigo. Eu sinto.
E' recente, mas ainda nao tive saudade, porque nao ha' como perceber a falta daquilo que existe e permanece. Sinto ele comigo. Aqui, por dentro, por fora, pelo sempre, pelo agora...
Agora meu pai nao e' mais carne, materia. A sua presenca se misturou com a minha de uma maneira que nunca antes tinha sentido. Agora somos inseparaveis. Eu nao preciso ouvir sua voz, sentir seu abraco, telefonar para saber como ele esta. Ele nao me faz mais falta, porque se misturou comigo. A voz dele se tornou minha propria voz interna. Nao tem timbre, so sabedoria.
Estou com ele como estou comigo, intrinsecamente, companhia inerente, alegria e seguranca que me faz melhor que antes.
Ele esta aqui como eu estou aqui, em tudo que sou, em tudo que me ensinou. Antes eu precisava ouvir o conselho dele, a opiniao dele, hoje o que ele diria faz parte de mim, nao e' palavra, e' carne, sangue e espirito. Indelevel.De tanto amor que sinto, nao ha espaco para a dor...
Refletindo sobre isso pensei na seguinte provocacao, que vale para as ausencias fisicas de qualquer natureza:
"Se causa muita dor, desconfie do tamanho do seu amor".
O amor liberta. O amor e' a liberdade cuja a ausencia se mantem presa na gente.
Esse foi o aprendizado da ausencia dele. O meu amor o deixa livre para que viva, ate' mesmo a morte. E essa liberdade de que goza meu pai, que tanto amo, faz com que a ausencia dele seja uma presenca. Ele esta comigo. Eu sinto.
E' recente, mas ainda nao tive saudade, porque nao ha' como perceber a falta daquilo que existe e permanece. Sinto ele comigo. Aqui, por dentro, por fora, pelo sempre, pelo agora...
Agora meu pai nao e' mais carne, materia. A sua presenca se misturou com a minha de uma maneira que nunca antes tinha sentido. Agora somos inseparaveis. Eu nao preciso ouvir sua voz, sentir seu abraco, telefonar para saber como ele esta. Ele nao me faz mais falta, porque se misturou comigo. A voz dele se tornou minha propria voz interna. Nao tem timbre, so sabedoria.
Estou com ele como estou comigo, intrinsecamente, companhia inerente, alegria e seguranca que me faz melhor que antes.
Ele esta aqui como eu estou aqui, em tudo que sou, em tudo que me ensinou. Antes eu precisava ouvir o conselho dele, a opiniao dele, hoje o que ele diria faz parte de mim, nao e' palavra, e' carne, sangue e espirito. Indelevel.De tanto amor que sinto, nao ha espaco para a dor...
22 de dez. de 2009
Último Depoimento de Nahim Ahmad
Copiei do blog da minha irmã, Adelita Ahmad, a transcrição da último depoimento escrito de meu pai. Nas palavras da minha irmã aconteceu assim:
Saindo da Casa Tomada, no segundo dia de performance, eu entro no quarto 912 do hospital 9 de julho. Ele me entrega o seu caderno de anotações e diz para mim: “Leia em voz alta”.
Eis o depoimento:
“Depoimento:
São 5 horas da manhã no hospital. Não cerrei os olhos essa noite. Experimento hoje a finitude do homem em todo o meu ser.
Respiro com um só pulmão e graças a Deus eu respiro.
Tusso a noite toda para me convencer que estou vivo e que jamais me deixarei levar pelo entreguismo, a maior tentação do homem doente.
Tenho repetido para mim mesmo que os homens não nasceram para morrer, mas para viver.
A morte será apenas a travessia de uma ponte.
Alguns minutos de inconsciência, porque do outro lado estará o espírito do tempo, da energia quântica e do infinito que a primavera criou dentro dos homens. Primavera de flores, frutos e imensidão incomparáveis porque o inverno, a estação da construção, já não existe mais.
Fascina-me cada vez mais a visão da luz, experiência que projeta os homens no tempo e no espaço de um mundo sem fronteiras e limitações, contornos e caras, moléculas e átomos.
Depois que recebemos a poeira das estrelas e o DNA das águias e beija flores não existe para os homens senão um caminho e um destino.
Voar em direção as constelações mais longínquas de todos os planetas. Porque é lá que mora o infinito dos homens, o conhecimento da terra, dos mares e de todo o universo”
Nahim Ibrahim Ahmad
Saindo da Casa Tomada, no segundo dia de performance, eu entro no quarto 912 do hospital 9 de julho. Ele me entrega o seu caderno de anotações e diz para mim: “Leia em voz alta”.
Eis o depoimento:
“Depoimento:
São 5 horas da manhã no hospital. Não cerrei os olhos essa noite. Experimento hoje a finitude do homem em todo o meu ser.
Respiro com um só pulmão e graças a Deus eu respiro.
Tusso a noite toda para me convencer que estou vivo e que jamais me deixarei levar pelo entreguismo, a maior tentação do homem doente.
Tenho repetido para mim mesmo que os homens não nasceram para morrer, mas para viver.
A morte será apenas a travessia de uma ponte.
Alguns minutos de inconsciência, porque do outro lado estará o espírito do tempo, da energia quântica e do infinito que a primavera criou dentro dos homens. Primavera de flores, frutos e imensidão incomparáveis porque o inverno, a estação da construção, já não existe mais.
Fascina-me cada vez mais a visão da luz, experiência que projeta os homens no tempo e no espaço de um mundo sem fronteiras e limitações, contornos e caras, moléculas e átomos.
Depois que recebemos a poeira das estrelas e o DNA das águias e beija flores não existe para os homens senão um caminho e um destino.
Voar em direção as constelações mais longínquas de todos os planetas. Porque é lá que mora o infinito dos homens, o conhecimento da terra, dos mares e de todo o universo”
Nahim Ibrahim Ahmad
Homenagens a Nahim Ibrahim Ahmad
Até hoje me surpreendo com homenagens ao meu pai. Como esta carta de uma mãe de alunos publicada no jornal Aqui:
PROFESSOR
Quando alguém muito especial parte, deixa uma lacuna que só o tempo e as lembranças ajudam a preencher. E o que hoje é saudade doída, se transforma em lembrança doce e suave. Assim, inicio esta minha homenagem ao Professor Nahim Ahmad, dizendo-me imensamente honrada por tê-lo conhecido há sete anos - quando buscava um colégio para matricular meus filhos. Um cidadão cuja paixão e crença no imenso poder transformador da educação, me contagiou imediatamente. Era uma manhã quente de primavera, em meados de novembro, quando pisei pela primeira vez na recepção do colégio. Os atendentes estavam todos muito ocupados e um jovem senhor, com as mangas da camisa dobradas, ofereceu-se para apresentar-me as instalações do colégio e, assim, iniciamos uma pequena ‘viagem' que jamais esquecerei. Impressionei-me com a enorme estrutura daquele estabelecimento. A proposta educacional me encantou, mas o que realmente me chamava a atenção era a erudição, o entusiasmo, a alegria e a crença inabalável no ser humano, que Nahim demonstrava sentir. Seus olhos brilhavam ao falar de seus sonhos de educador. Suas palavras saíam feito música, de fortes acordes, e retumbavam pelos corredores e recantos especiais do colégio. E foi ao afirmar, categoricamente que educação e amor jamais poderiam caminhar em separado, que compreendi que ali era o lugar para os meus filhos. Que naquele colégio eles iriam passar os 14 anos mais importantes de suas vidas e naquele dia, eu firmei comigo mesma o compromisso de mãe e de parceria com a educação de meus tesouros mais preciosos. Assim, nestes últimos sete anos, todas as minhas expectativas e de meus filhos têm sido alcançadas, por um esforço necessário e conjunto de um grupo de educadores e profissionais que, regidos por um grande maestro, declinam doces e intensos musicais. E hoje, entristecida por saber que não teremos mais as brilhantes palestras com as quais o professor Nahim nos brindava em todos os eventos do colégio. Sabendo que sua figura sempre cheia de vida e que seu semblante sempre cheio de brilho e sorrisos não mais nos acompanharam no dia a dia do colégio. Mesmo assim, não posso deixar de expressar toda minha satisfação por ter encontrado no Colégio Progresso o espaço precioso para o desenvolvimento dos talentos, das potencialidades e da felicidade de meus filhos. Assim, creio que a missão de professor Nahim apenas começou. Seu legado está aqui pulsante e presente em cada um de seus alunos, sementes plantadas e de seus colaboradores, zelosos cultivadores. Como mãe e educadora, rendo minhas mais emocionadas homenagens a esse ser humano sem igual.
JAQUELINE RUZA
Leia os comentários dessa matéria
PROFESSOR
Quando alguém muito especial parte, deixa uma lacuna que só o tempo e as lembranças ajudam a preencher. E o que hoje é saudade doída, se transforma em lembrança doce e suave. Assim, inicio esta minha homenagem ao Professor Nahim Ahmad, dizendo-me imensamente honrada por tê-lo conhecido há sete anos - quando buscava um colégio para matricular meus filhos. Um cidadão cuja paixão e crença no imenso poder transformador da educação, me contagiou imediatamente. Era uma manhã quente de primavera, em meados de novembro, quando pisei pela primeira vez na recepção do colégio. Os atendentes estavam todos muito ocupados e um jovem senhor, com as mangas da camisa dobradas, ofereceu-se para apresentar-me as instalações do colégio e, assim, iniciamos uma pequena ‘viagem' que jamais esquecerei. Impressionei-me com a enorme estrutura daquele estabelecimento. A proposta educacional me encantou, mas o que realmente me chamava a atenção era a erudição, o entusiasmo, a alegria e a crença inabalável no ser humano, que Nahim demonstrava sentir. Seus olhos brilhavam ao falar de seus sonhos de educador. Suas palavras saíam feito música, de fortes acordes, e retumbavam pelos corredores e recantos especiais do colégio. E foi ao afirmar, categoricamente que educação e amor jamais poderiam caminhar em separado, que compreendi que ali era o lugar para os meus filhos. Que naquele colégio eles iriam passar os 14 anos mais importantes de suas vidas e naquele dia, eu firmei comigo mesma o compromisso de mãe e de parceria com a educação de meus tesouros mais preciosos. Assim, nestes últimos sete anos, todas as minhas expectativas e de meus filhos têm sido alcançadas, por um esforço necessário e conjunto de um grupo de educadores e profissionais que, regidos por um grande maestro, declinam doces e intensos musicais. E hoje, entristecida por saber que não teremos mais as brilhantes palestras com as quais o professor Nahim nos brindava em todos os eventos do colégio. Sabendo que sua figura sempre cheia de vida e que seu semblante sempre cheio de brilho e sorrisos não mais nos acompanharam no dia a dia do colégio. Mesmo assim, não posso deixar de expressar toda minha satisfação por ter encontrado no Colégio Progresso o espaço precioso para o desenvolvimento dos talentos, das potencialidades e da felicidade de meus filhos. Assim, creio que a missão de professor Nahim apenas começou. Seu legado está aqui pulsante e presente em cada um de seus alunos, sementes plantadas e de seus colaboradores, zelosos cultivadores. Como mãe e educadora, rendo minhas mais emocionadas homenagens a esse ser humano sem igual.
JAQUELINE RUZA
Leia os comentários dessa matéria
16 de dez. de 2009
Quando disseram que ele morreu
Eu preciso lembrar
Por medo de esquecer
Ele esteve aqui há tão pouco tempo
Faz tão pouco que seus olhos se abriam e fechavam
E que havia dor e também vida
Faz tão pouco e mesmo assim temo esquecer
Mesmo sabendo que lembrarei para sempre
Das mãos quentes, presentes,
Voz de palavras certas
Para preencher silêncios
Onde se dissipava a esperança
O olhar sábio para mim
Mesmo quando eu ainda era criança
E o ouvido
Por onde minhas palavras soavam como profecias
E ele as ouvia
Mesmo quando eu tinha apenas seis...
Parece ainda que posso vê-lo outra vez
Parece ainda que está aqui
Ao alcance do abraço
Fazendo no peito esse laço
Minha alma está atada
Minha mente está ligada
E ele vivo comigo
Meu pai
Mas também meu melhor amigo.
Como pode ter ido
Se ficou aqui dentro vivo?
Por medo de esquecer
Ele esteve aqui há tão pouco tempo
Faz tão pouco que seus olhos se abriam e fechavam
E que havia dor e também vida
Faz tão pouco e mesmo assim temo esquecer
Mesmo sabendo que lembrarei para sempre
Das mãos quentes, presentes,
Voz de palavras certas
Para preencher silêncios
Onde se dissipava a esperança
O olhar sábio para mim
Mesmo quando eu ainda era criança
E o ouvido
Por onde minhas palavras soavam como profecias
E ele as ouvia
Mesmo quando eu tinha apenas seis...
Parece ainda que posso vê-lo outra vez
Parece ainda que está aqui
Ao alcance do abraço
Fazendo no peito esse laço
Minha alma está atada
Minha mente está ligada
E ele vivo comigo
Meu pai
Mas também meu melhor amigo.
Como pode ter ido
Se ficou aqui dentro vivo?
15 de dez. de 2009
Entre a saudade e a beleza
Eu não me pareço em nada com alguém que perdeu o pai.
Eu ganhei um pai, por trinta anos.
Lágrimas correm só de saudade, não de dor.
Só de emoção, não de sofrimento.
Impressiona-me notar o quanto ele é amado, admirado.
Entre a saudade e a beleza eu moro. Vivo feliz!
Eu ganhei um pai, por trinta anos.
Lágrimas correm só de saudade, não de dor.
Só de emoção, não de sofrimento.
Impressiona-me notar o quanto ele é amado, admirado.
Entre a saudade e a beleza eu moro. Vivo feliz!
14 de dez. de 2009
Obrigada!
Tantos e-mails, mensagens, comentários aqui no blog, no orkut, no facebook... Infelizmente não estou conseguindo responder a todos mas está tudo comigo, aqui dentro, me dando ternura para continuar e mais força para realizar o que me espera. Muitos sonhos pela frente! Obrigada!
12 de dez. de 2009
Aviso
Aviso: A missa de setimo dia do meu pai será amanhã (13/12/2009) às 20h na Igreja Matriz em Guarulhos.
11 de dez. de 2009
Meu pai foi, mas ainda está aqui...
Nahim Ibrahim Ahmad foi educador por mais de 50 anos. Nasceu no primeiro dia do ano 1936 em um lugarejo que não está no mapa, chamado Gurupá, que pertence ao município de Promissão, próximo de Lins, no interior de São Paulo. Ficou orfão de pai e mãe muito cedo e ainda adolescente iniciou seus estudos no seminário. Estudou Filosofia, Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, fez estágio na Universidade de Louvain, na Bélgica e retornou ao Brasil após 5 anos de estudos na Europa. Ainda se formou em Direito e Pedagogia. Como padre sempre esteve ligado a educação, lecionando, mas também celebrou muitos casamentos. Com o tempo a vontade de constituir uma família se tornou cada vez mais latente e Nahim desistiu do sacerdócio para continuar sendo fiel a si mesmo e aos seus princípios. Nesta época recebeu o convite de uma amiga ex-freira, Zaira, para vir a Guarulhos onde juntos assumiriam a direção de uma escola. Foi em 1971. Da cidade Nahim nunca mais saiu. Uma vez viu uma moça passar e sentiu que se casaria com ela. Mas por anos não a viu mais. Quando conheceu sua esposa Avanil lembrou-se daquele instante ocorrido anos antes. Ela era a moça que vira passar. Meses depois se casaram e com ela Nahim realizou o tão profundo desejo de constituir uma família. Tiveram 3 filhas: Aline, Andreza e Adelita. Em Guarulhos Nahim edificou seus sonhos ligados a educação, ao esporte e a arte. Foi diretor-presidente do Colégio Progresso Centro, reitor da UNIFIG-UNIMESP e sempre se orgulhou do título de professor que carregou por toda a vida. Completaria 74 anos no próximo dia primeiro de janeiro. Foi um homem otimista, com uma contagiante vontade de viver que o fez surpreender a medicina e o destino que o câncer parecia escrever em sua vida. Desafiou a ciência e a história e provou que sua força, alegria e sabedoria eram capazes de fazerem nascer para ele novas manhãs. Era comum que trabalhasse após duras e longas sessões de quimioterapia, como se quisesse dizer ao seu organismo enfermo que o seu espírito estava saudável. E estava. A mente, a alma e o sentimento deste homem jamais se abalaram, eram motivo de exemplo e inspiração para todos de seu convívio. Seu pulmão parou de respirar, o coração parou de bater, mas de alguma forma indelével Nahim Ibrahim Ahmad continua vivo na memória e no intimo de todos que tiveram a felicidade de o conhecer.
Ele, de tão encantador que era, ficou encantado...
Ele, de tão encantador que era, ficou encantado...
3 de dez. de 2009
Entre a tristeza e a beleza
Meu pai, a pessoa que, ao lado da minha mãe, é a mais fundamental para que eu seja quem sou hoje, está hospitalizado... E eu, claro, estou triste.
Mesmo assim ainda encontro alegria em muitas coisas da vida, que é muito mais bela do que triste.
Meu pai continua sendo mestre e me ensinando a cada dia. Ainda agora acariciou meu rosto.
Acho que a minha ausência está justificada.
Orações sao bem-vindas!
Mesmo assim ainda encontro alegria em muitas coisas da vida, que é muito mais bela do que triste.
Meu pai continua sendo mestre e me ensinando a cada dia. Ainda agora acariciou meu rosto.
Acho que a minha ausência está justificada.
Orações sao bem-vindas!
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