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28 de set. de 2009

Criança também sente

No meu trabalho, na escola, é comum que algumas crianças comemorem o aniversário com os coleguinhas. As mães levam bolo, salgadinhos, docinhos e todos comemoram. Hoje vi que apenas um aluno, de 8 anos não estava batendo palmas durante o parabéns. Ele se isolou quietinho em um canto e foi suficiente ver esta imagem que me convidava para que eu me aproximasse. Ele me explicou que gostava da Suria, uma menininha de outra turma e que para ela tinha escrito uma carta de amor, mas achou que não estava tão boa, por isso a jogou na lixeira da sala de aula, mas assim que os coleguinhas viram passaram a provocá-lo. Ele não poderia ter me dito nada mais comovente que expressar esse seu amor tão puro. Fiz questão de valorizar a atitude bonita de escrever uma carta de amor e logo pensei no homem raro e sensível que ele poderia vir a ser no futuro. Temi que a experiência pudesse traumatizá-lo, entretanto logo vi que o seu isolamento espontâneo era mais uma forma de chamar a atenção do que uma mágoa verdadeira. Ele se dizia com muita "raiva" dos coleguinhas. Ouvi-lo dizer "raiva" com toda a "raiva" que seu olhar foi capaz de transmitir, foi bastante contrastante para mim... Eu acabara de ficar impressionada e surpresa com o doçura de um amor, sentimento belo, cristalino, brotando de um coração pueril... O mesmo coração agora mostrava-se do avesso, sentia o oposto. Assim somos todos, capazes de sentir os inversos. Ainda quero ajudar aquele aluno a lidar melhor com o que está sentindo pela primeira vez.

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