Essa mulher linda era apenas um bebê quando nos conhecemos. Meus pais dizem que era o bebê mais lindo do hospital. Assim que o cabelo foi crescendo foram se formando cachinhos loiros e os traços de seu rosto foram ficando ainda mais belos. O meu reinado tinha acabado. Já não era mais filha única. Tudo agora seria dividido, com execeção da atenção, esta tinha se voltado toda para ela. Em qualquer lugar que fôssemos as pessoas só falavam dela, só olhavam para ela... Foi difícil. Não me lembro porque tinha apenas dois anos, mas posso quase sentir o que passei. Acho que foi por causa disso que comecei a roer as unhas. Dizem que eu cantava: "Bota fogo no nenê!" como uma tentativa tão inocente quanto macabra de eliminar minhas carências e inseguranças da época.
Só que o tempo foi me mostrando uma outra faceta daquele anjo de cachinhos dourados. Encontrei em minha irmã a companheira perfeita para minhas descobertas, para minhas dores, para minhas tristezas e alegrias. Comecei a perceber em seu olhar um brilho de admiração por tudo que eu fazia. Isso amaciava meu ego mesmo sendo algo muito insconsciente para perceber.
Em cada ano de maturidade nossos laços ficaram cada vez mais fortes. Unidas, juntas, compartilhando sonhos, desejos, paixões, ensinamentos. O meu desejo infantil de perdê-la foi se tornando uma enorme torcida para sua felicidade. Torcida que dura até hoje. E que vai durar para sempre.
Não saberia viver sem ela.
P.S.: O aniversário dela foi dia 12 de abril e desde então eu me preparo para oferecer esse singelo presente em forma de palavras.
Um comentário:
Ai, Ai...
Fico sem palavras quando a emoção transborda.
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