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3 de ago. de 2009

Cachorros em minha vida


Alguma coisa aconteceu na minha infancia que eu nao me lembro exatamente o que foi. Algum trauma, provavelmente. Sei que sempre morri de medo de cachorro. Isso durou bastante, tanto que me incomodava visitar uma casa onde houvesse algum. Quando cresci eu tentava disfarcar, nem sempre conseguia. Bastava um pouco de intimidade para que eu pedisse por favor para prender o cachorro. Porque sentia um medo quase incontrolavel. Achava muito esquisito as pessoas que ja iam amaciando o pelo de cachorros desconhecidos. Era algo distante para mim. Tudo isso combinava com a minha familia. Meu pai nao queria criar um cachorro dentro de casa, dizia que isso era coisa para sitio, fazenda. Que nossa casa nao tinha espaco... Ate que ha uns 3 anos um ex-namorado de uma irma deu de presente ao meu pai uma filhote de pit bull. Dessa vez foi ele quem teve que disfarcar, por educacao, senti que tinha odiado e que em pouco tempo ela ja nao mais moraria conosco. Para mim seria um alivio, porque independentemente da raca, meu medo nao era agravado pelo tamanho do cachorro, eu tinha medo de qualquer raca e tamanho, na importava, eu nao me sentiria bem com cachorro algum por perto. So que ela foi conquistanso as pessoas. Nao demorou muito para que meu pai chegasse do trabalho e deitasse no chao para brincar com a Lila, o nome dela. Mesmo assim eu continuei evitando me aproximar. O medo foi passando mas eu ainda nao conseguia estabelecer afinidade, acho ate que fugia disso, com medo de uma outra coisa, talvez do dia que ela tivesse que nos deixar. Nao encontro outra explicacao plausivel por eu ter evitado tanto o contato com a Lila. O fato e' que muitas vezes a vi com carinha de triste e carente, como eu nao queria contato eu pedia "Mae, faz carinho na Lila!" Doia em mim ve-la solitaria, mas eu nao sabia resolver esse problema, ou se sabia nao queria, preferia que outra pessoa fizesse isso por mim. Antes da minha viagem (e ja faz 2 meses que estou viajando) eu estava comecando a quebrar essa barreira. Deixei de pedir para que outras pessoas fizessem carinho quando eu achava que ela estava carente e passei eu mesma a atender aquele olhar. So que logo em seguida viajei.

Quando cheguei aqui em Los Angeles algo me incomodou demais. (Tem coisas que sao instintivas e sao marcas mais fortes na personalidade, a maior parte da minha vida eu evitei os cachorros e nunca me achei insensivel com isso porque sempre amei criancas. Se nao me engano o ditado popular diz algo sobre a insensibilidade de pessoas que nao gostam nem de cachorros nem de criancas, eu me considerava salva, alias sempre fui sensivel ate demais) O que me incomodou foi constatar que o dormitorio do cachorro e' justamente no banheiro de hospede. Passei a evitar usar o banheiro, no primeiro dia, mas veja so que coisa mais dificil (risos) Pedi para minha irma, que esta acostumada com o cao aqui do estudio, ir ao banheiro comigo. Ela abriu a porta, segurou o cahorrinho com o pe, para que ele nao fugisse e me faz entrar. Achei que ela ficaria com ele enquanto eu escovasse os dentes, mas ela simplesmente fechou aporta e me deixou la com o bichinho. A minha primeira reacao (instintiva) foi gritar e tentar fugir dele. Sai correndo do banheiro. So depois me dei conta do ridiculo. Esse cao e' tao docil, tao fofinho. Quando racionalizei minha atitude, nos proximos dias, passei a reparar nele com mais atencao e ternura. Fiquei apaixonada. Ele tem dado continuidade a um processo que estava comecando no Brasil. Ele esta abrindo meu coracao para reconhecer essa outra especie viva que nao e' a humana (ja sou apaixonada pela especie humana, especialmente na mais tenra idade). Hoje fazendo carinho no caozinho me deu uma vontade de ter um cachorro parecido com ele... Alem disso me deu uma saudade e uma vontade de acariciar a Lila e de dar a ela todo o carinho reprimido e guardado que deixei de fazer quando a vi com olhar carente. E' sempre bom quando traumas sao superados!

5 comentários:

Li disse...

Aline,
Como já tinha escrito no twitter, continuo acompanhando seu blog, mas a falta de palavras me faz deixar de comentar os seus posts.
Mas esse, não poderia passar em branco.
AMO CRIANÇAS....tanto que todos os amigos nos perguntam quando vamos ter filhos, de tanta afinidade que eu e o Márcio temos com elas.
Meu apto. é de recém casada, tudo em ordem, cheio de mimos e cristais, mas qd eles chegam em casa não ligo para nada, só quero que eles se divertem....
E, AMO CACHORROS, sou até um pouco doente, não posso ver cachorro na rua que me da um aperto no coração, queria ter um sítio bem grande para poder acolhê-los...quem sabe um dia esse meu sonho se torne realidade...tenho certeza que vc não vai se arrepender NUNCA de acariciar essas delícias, que só querem o nosso carinho e não são interesseiras, como muitos humanos, o amor deles é sincero...
PARABÉNS por essa vitória...
bjão,

Solange Maia disse...

Aline,

Que delícia de superação... vc vai ver quantos ganhos... cachorros são deliciosos, e de uma "entrega" admirável...

Seu blog é uma delícia....

Beijo na alma,

Solange

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

lucia elena martins disse...

Aline , entendo você .Tenho um sobrinho que passou pelo mesmo problema e não era medo , era pânico .
Fez uma terapia chamada sinoterapia ...é uma terapia para perder medo de cães ...e, acredite , você não está sozinha nessa história , há muita gente que sofre com esse medo .
Algumas pessoas se chocam , mas não há porque se chocar com o medo dos outros .
Tenho pavor de altura e detesto quando alguém vem me dizer que não há perigo algum.
Fico feliz que esteja superando esse medo ...nada como um animal dócil para ajudar e uma das raças indicadas , nesse caso , são os chitsus.Agora , ter um pit bull em casa só faz piorar o pânico...dessa raça eu tenho pavor.

lucia elena martins disse...

Desculpe falar mal do pit-bull, mas tenho medo meeessssmo.
Quando estou numa calçada e vejo alguém caminhando com um , corto caminho ou peço que coloque fucinheira no próprio...é uma raça traiçoeira.
A Lila com certeza é doce , porque só recebe carinho de todos vocês , mas há uns pit-boys que treinam seus cães para que fiquem parecidos com eles, rs

Susana disse...

Oi Aline! Esta é a primeira vez que entro no seu blog e já gostei de cara! Fico muito feliz que vc conseguiu superar seus medos em relação aos cães, porque eu sou uma cachorrinha e sei que vc está certa quando diz que só queremos afeto dos seres humanos.

Muitas lambidas de carinho na sua bochecha...
Serena

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