Ele tinha acabado de separar-se da esposa. Como acompanharia o crescimento das duas filhas? Bateu um desespero! Elas esqueceriam seu rosto, deixariam de sentir afeto... Era preciso fazer alguma coisa. Pensou que através da TV poderia manter contato, conquistar o amor de suas filhas, mesmo que não assistissem ao programa, porque ele poderia descobrir o nome das crianças amiguinhas de escola: "Olha, Mariazinha, sou o pai da sua coleguinha, um beijo!" Se fosse querido pelos colegas da escola elas ouviriam falar bem dele e ele se faria presente. Foi assim que começou o Shop Tour. Para manter o horário na TV era preciso vender.
Na primeira gravação estava sem dinheito até para alugar a câmera. E, pior, não tinha nem cheque para fazer um pré-datado. O primeiro cliente emprestou o cheque, que estava sem fundo, mas era um cheque e garantiu a gravação. Foi um sucesso!
Muitas histórias, muitas vendas e em pouco tempo conseguiu fazer o que nunca tinha acontecido: juntar dinheiro, estocar! Aquele bolo que foi se amontoando às vezes era o consolo na hora do stress e da ansiedade. Ia até o armário em que as notas ficavam guardadas e as colocava sobre a testa. Diz que fazer isso o acalmava.
Faltava um amor
Precisou comprar um avião, um helicóptero, aumentou a equipe para que o programa não fosse dependente do trabalho dele. Tinha tudo, faltava um amor. Já estava a ponto de desistir quando pediu: "Meu Deus, queria tanto uma mulher assim que fosse como desejo e que me ensinasse a ser como ela quisesse também..."
Pediu sem esperança alguma.
Foi visitar o escritório de um amigo e logo na recepção, quando olhou a secretária pensou: "Eu casaria com ela". Entrou e perguntou quem era para o amigo e se ele se casaria com ela. "Você está louco, claro que não vou casar com ela!"
"Se você não casar eu caso!"
O amigo chamou a moça e brincou com ela:
"Escolha com que você quer casar, comigo ou com ele?"
Para resumir, um mês depois já estavam morando juntos. E alguns meses depois ela tinha marcada uma cirurgia muito "simples" e "tranquila"... Uma cirurgia no coração. E então, sem perceber, preocupado em curar o coração dela quando se deu conta ele tina curado o próprio coração, estava apaixonado.
O romance incluía viagens a lugares paradisíacos, mergulhos em Angra, construíram um navio e viajaram da Argentina ao Brasil, acordavam e passavam cada dia em um lugar. Um sonho, coisa de cinema.
Nem tudo são flores
De repente, Di Gênio, o dono do canal se recusa a continuar com a parceria. O faturamento da empresa desce a zero. No dia seguinte os clientes que o procuram recebem a oferta de continuar com um outro programa, como nome diferente, no mesmo canal. Ou seja, sem espaço para veiculação, sem clientes (os que tinha perdeu de forma desleal), se vê tendo que começar tudo de novo.
Os amigos dizem: - Cuidado, o Di Gênio é poderoso!
Ele responde: - Poderoso? Você diz isso porque não conhece meu sócio! Você conehce meu sócio?
- Não, eu nem sabia que você tinha sócio...
- Tenho, e para você ter uma idéia de como ele poderoso, de manhã, quando ele come sucrilhos tem um monte de Di Gênio junto!
Pois é, quem ele chama de sócio nós chamamos de Deus. Em pouco tempo o Shop Tour voltou. Em canal próprio e com grande sucesso.
Na palestra em que Luiz Galebe contou sua própria história ele terminou dizendo ironicamente: "É claro que sou um cara de sorte, não é obra de Deus!"
Foi irônico porque seus olhos diziam exatamente o contrário, Deus estava presente em cada instante de sua história.
_________________
Neste post eu tinha iniciado o mesmo conteúdo, só que de outra forma: Galebe
Nenhum comentário:
Postar um comentário