Se esta é a sua primeira vez neste blog leia na coluna da direita as instruções!

13 de jun. de 2008

Primeira vez

Nunca fiquei bêbada, nem alegrinha.
As bebidas sempre me deram um pouco de medo. Já vi muitos amigos passarem mal.
Além disso nunca achei o gosto atrativo. Meio amargo... Os licores sim, mais docinhos. O fato é que nada me dava motivos para beber além da conta.
Por vaidade parei de tomar refrigerantes aos 11 anos (precoce!)
Se não tomava nem o refrigerante que achava gostoso imagine se me sujeitaria a engordar ingerindo calorias de uma bebida cujo o gosto não me agradava nem um pouco!?
Nem sempre fui desinibida, mas um curso de teatro me deu segurança suficiente para dançar, conversar e me divertir à vontade desde a adolescência.
Costumava dizer que já ia para as festas embriagada, porque todo mundo sempre estranhava: "Você nào bebe nada!?"
Como se água não fosse líquida. Bebia água, oras. Por que tanta estranheza?

Mas enfim depois de tantos anos aconteceu.

Uma prévia explicação.
Há uns 5 anos me apaixonei por um médico que adorava tomar um vinho e conversar.
Saí com ele a primeira vez e não consegui terminar a taça... Fiquei sem jeito, senti que quem toma um vinho quer uma companhia. Quer acompanhante na "viagem".
Quem bebe vinho não é discriminado como bêbado ou alcoólatra. Todos dizem que faz bem à saúde.
Quem não bebe nem vinho ouve sempre: "Você não bebe nada? Nem vinho?"
Da mesma forma muitos dizem: "Eu também não bebo! Só um vinho, de vez em quando. É muito bom com a namorada."
Pronto, eu não podia ser a namorada. Como acompanharia no vinho?
Passei a me esforçar, experimentar mais vezes, nunca consegui gostar.

Vinho doce
Há alguns meses descobri uma cantina na minha cidade que serve um vinho delicioso. A qualidade nem deve ser tão boa, mas é docinho, suave. Não tem acentuado aquele gosto amargo das bebidas alcóolicas.
Na primeira vez que fui consegui tomar alguns goles. Na segunda vez, a taça.
Na terceira vez (dia dos namorados) bebi além de uma taça, não sei se chegou ser mais que duas taças.
(A taça era pequena e perder a conta denota o resultado da brincadeira... risos).
Pela primeira vez senti o efeito da bebida.
Acho que fiquei como as pessoas costumam dizer "alegre".
Fiquei com vontade de rir além do normal.
O gostoso é colocar a "desculpa" na bebida.
Eu até poderia ser e estar assim sempre, e olha que consigo ficar feliz e rir o tempo todo.
(Porque sorrir e rir "quase" o tempo todo eu já faço... risos)
Mas não seria tão aceita como quando ativada por algumas taças de vinho.
É mais aceitável rir e comportar-se como bobo por efeito da bebida. Até porque, se temos companhia, o outro também estará um pouco bobo. Afinal ninguém quer ser bobo sozinho!

Sensações
Senti a cabeça formigando. Foi como uma dor de cabeça sem que sentisse dor. As coisas ficavam meio tremidas, como se balançassem um pouco, então por instinto me vi balançando também. (risos) Toda a situação me dava vontade de rir. Como se pensasse comigo: "Ah! Então é assim!? É assim que as pessoas se sentem?" Ao mesmo tempo que não achava nada tão demais, fiquei me observando e rindo muito. Tentava me controlar, aliás conseguia me controlar, mas pensava: "Para quê controle?"
Talvez os loucos também se sintam assim. Controlar para quê? Vamos nos divertir!
Então me permiti todas as loucuras que não fossem perceptíveis aos outros.
Acho que fingi um pouco.
Fingi estar bêbada e disse ao meu namorado: "Não sei se estou exagerando...", enquanto descrevia cada sensação a ele.
Fiquei com um pouco de medo da dor de cabeça aterrorizante da ressaca.
Todo mundo fala que é chato e esse era um dos motivos de não ter vontade alguma de me embebedar: "O quê? Beber um negócio de gosto ruim e no dia seguinte ainda ficar com dor de cabeça? Tô fora!"

Agora que estive dentro, sem dores de cabeça no dia seguinte, de vez em quando me permitirei estar dentro de novo. Só de vez em quando...

3 comentários:

O Profeta disse...

Convido-te pois para vir aqui à ilha e tomar um licor de maracujá comigo...


Doce beijo

OUTONO disse...

Um grande poeta, dizia:

- Primeiro estranha-se...depois entranha-se...

Eu também não bebo. Apenas socialmente e quando (raramente) a ética o exige.

Gostei da tua partilha.

Bjs.

Nota. Vim ao teu Blog...poucas vezes...e quero uamentar essas visitas. Portanto o OUTONO, é de Lisboa sim...mas não o teu visitante assíduo.

Adelita Ahmad disse...

hahahahaha, amei Line!

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