Quando a gente pensa que já tinha chegado ao máximo
Que já tinha suportado todo o peso possível
Que tinha visto tudo que tinha que ver
Que já tinha sido tudo que podia ser
Vem a vida e mostra adiante,
O que ninguém tinha visto:
Um peso ainda maior
Visão ainda pior
Depois vem o tempo
Com candura
Com alento
Manto invisível de aconchego
A gente até pensa:
"Não era tão pesado assim!"
Então chega o dia seguinte
O amanhã da esperança traz um presente de páscoa.
Ele ainda existe, a gente ainda existe,
O hoje ainda existe...
Tudo que temos é o agora
(E quero passar tantos agoras com ele!}
O agora está grávido de um futuro.
O encontro sempre pode ser o último
Carrego dele um sorriso, um beijo cálido
E algumas palavras que me golpeiam
Com ternura.
Ainda há muito para ser dito
Ainda há muito para ser feito
E só tenho o agora para dizer-lhe
E sempre digo.
Por puro medo de não poder faze-lo.
E sempre faço
Por puro medo de não poder tê-lo
E sempre o tenho
Por puro medo de um dia perdê-lo.
(Para Nahim I. Ahmad, meu pai)
Um comentário:
Um poema onde a palavra progenitor irradia sentimento na escrita...
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