Hoje ele me pediu para escrever uma carta por ele. Abandonou um dos sonhos. Agora não é mais professor de escola de periferia. Não é mais funcionário público. Pela primeira vez na vida profissional. Sente-se abandonando os olhares que suplicam afeto, educação, atenção, para atender olhares de uma elite que paga melhor.
Uma das delícias de ser escritora é experimentar na pele do outro a vida que não se vive. Escrito em minhas palavras um poema que não é minha vida:
Tenho uma lágrima escondida no olhar.
Uma gota cristalina de dor pelo que não realizei.
Tenho uma música pronta a soar na voz
Uma promessa divina de uma esperança que ainda existe.
Este não é o fim de um começo qualquer,
Há destino diante de mim.
Este é o fim daquele início
Que recomeça sempre, enquanto guardar a esperança
E não deixar cair a lágrima escondida em meu olhar.
Um comentário:
Todo final de ciclo é também o início de um outro; se o cidadão não quer ser mais funcionário público, abre-se uma gama de novas possibilidades, muitas vezes até mais interessante profissionalmente falando. Bjus.
http://so-pensando.blogspot.com
Postar um comentário