Eu preciso resgatar textos antigos.
É uma forma de guardar aqui o que fui.
Não quero perder estas palavras.
Tive um namoro muito rápido com alguém que me questionava sobre meu relacionamento com Deus. Isso me inspirou a escrever essa poesia:
Minha religião é a poesia, o meu profeta é a criança
Que, com seu olhar imaculado e sua pele mansa, encanta.
Meu Deus é a brisa do amor que aquece a noite branda,
É a chama de um sorriso,
O calor de um feitiço,
Uma promessa santa.
É uma terra molhada na minha existência
Em que no meu peito uma semente se planta,
É uma alma dedicada sem o véu da aparência,
Uma manhã iluminada pela candura da carência humana.
Minha religião é a poesia, o meu profeta é a criança
Que me ensina com a coragem de quem nunca se feriu
Que resgata em mim a menina com a mesma pureza que um dia fme ugiu.
Meu Deus acontece no "quando" destes "sempres"
E permanece...
Minha releigião é a poesia, o meu profeta é a criança
Criança que dança e sorri, tão pequenina lembrança,
Que se estampa no límpido olhar entre duas tranças
Que recria as linhas desta poesia enquanto lança
A sua voz silenciosa e rara qu' ao meu ouvido é música
Perfumada como uma rosa clara,
E ao meu pensamento cansa,
Mas irracionalmente o coração dispara:
Minha religião é a poesia, o meu profeta é a criança.
Aline Ahmad***
(Escrito após assistir ao filme Vinicius, sobre a vida do poeta Vinicius de Moraes - 22h25min - 15/11/2005)
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