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31 de jul. de 2008

Trindade - terceiro dia

Ele resolveu me apresentar Trindade.
Parecia uma vila de pescador que crescera desordenadamente. Mostrou-me lindas praias enquanto ventava e amaeaçava chover. Subimos umas enormes pedras para tirarmos fotos e sentimos o mar esbravejar em forma de ondas muito próximo a nós. Senti medo. Ele alertou que uma onda maior poderia nos derrubar dali. E uma onda maior se aproximou. Minhas pernas tremeram enquanto visualizei a onda se debater nas pedras. Felizmente a água só atingiu nossos pés e fomos embora rápido temendo que a ventania trouxesse ondas ainda maiores.
Almoçamos em um restaurante simples e rústico. Pedimos um prato feito delicioso. Podíamos escolher entre carne, peixe ou frango para acompanhar salada, arroz, feijão e batatas fritas. Foi tão gostoso (e a conta tão barata) que poderia almoçar lá todos os dias. Uns europeus estavam comendo na mesa ao lado e pareciam também impressionados em pagar tão pouco por uma refeição.

Tiramos uma foto e fomos tomar café ali perto. O estabelecimento tinha uns aramescos de madeira trabalhada e mesas e bancos feitos de tronco de árvore. Era simples e bonito. Ele tirou uma foto minha enquanto eu comia um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate, o meu preferido.

O vento trazia alguns chuviscos extras caindo sobre nós enquanto seguimos até o carro. A próxima parada seria Almada.

Almada
Vimos o movimento e só então notamos que a praia estava lotada por conta de um festival de camarão. Voltamos pela estradinha de terra e resolvemos seguir a indicação para uma pousada. O Du foi logo me dizendo: "Acho que por aqui vamos encontrar o que procuramos!" Realmente nos deparamos com um caminho de árvores. Era fim de tarde e o silêncio era completo. Fomos entrando em uma casa em meio a um paraíso verde. Logo um simpático casal surgiu para nos atender. As pessoas que moram nesses lugares paradisíacos parecem ter uma paz que vamos perdendo nas cidades grandes. A pele [dessas pessoas] parece ser mais delicada e [elas] emanam uma atmosfera de amor e cumplicidade que os casamentos dificilmente mantem.

Você pode conhecer de que estou falando pelo site da Casa Mila. Inclusive adorei a foto do casal e a descrição de cada apartamento.

Ela nos disse que tinham reserva para todos os chalés, infelizmente não podería nos receber. Olhamos um para o outro com uma expressão de decepção. Parecia ser o local exato para nos acolher... Vendo nossa frustração ela se ofereceu para nos apresentar a pousada e a seguimos. A paz ficava mais evidente a cada passo. Canto de pássaros, barulho de vento nas folhagens das árvores e o mar... O mar protagonizando a vista com seu azul profundo e belo. Disse-nos que apenas uma chalé estava livre e poderia nos mostrar, os hóspedes ainda não tinham chegado. O apartamento tinha uma varanda com vista para o mar e uma rede. Parecia um cantinho íntimo e encantado. Ela ajeitou a torneira do banheiro e disse que arrumaria naquele instante porque estava torta. Falei que os pequenos detalhes é que tornam as coisas exclusivas e únicas. Ela riu. Tudo tem seu charme, depende do olhar, acrescentei.

Saímos de lá com um misto de pena e saudade, sonhando com uma volta, qualquer dia desses, sem saber o que nos esperava...
(Continua depois)

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